Portugal, na sua tradição universalista e de solidariedade, vem desde há 50 anos partilhando do esforço internacional para a paz, contribuindo com as suas capacidades e o seu saber em missões internacionais, sob a égide das Nações Unidas, da Aliança Atlântica ou da União Europeia.

Correspondendo às alterações que, sobretudo a partir de 1989, foram mundialmente sentidas no âmbito da segurança, o País empenhou cerca de 30.000 portugueses – diplomatas, militares e elementos de forças de segurança – na resolução de crises internacionais e na promoção dos valores da paz, da democracia e do respeito pelos direitos humanos.

O significativo empenho nacional na Bósnia-Herzegovina, desde 1991, contribuiu de forma directa e decisiva para dar, àquele país e à sua população, a segurança e a estabilidade necessárias ao seu desenvolvimento, progresso e saudável relacionamento no concerto das nações. Mas igualmente contribuiu para a nossa própria segurança e defesa, porquanto fortaleceu os laços nacionais nas organizações internacionais em que Portugal se integra e permitiu reduzir um potencial foco de instabilidade, com imprevisíveis consequências para todos os europeus.

O esforço que, muito em particular, foi exercido pelas Forças Armadas Portuguesas ao longo destes quase 15 anos de presença na Bósnia-Herzegovina, aliando uma competência internacionalmente reconhecida à singular forma de relacionamento dos nossos militares com as populações locais, encontra a sua justa recompensa na normalidade com que os seus habitantes hoje encaram o seu dia-a-dia, na confiança com que aquele jovem País visualiza o seu futuro e na maior tranquilidade de que a Europa desfruta.

No momento em que a Comunidade Internacional prepara a passagem do testemunho naquele teatro de operações e as Forças Armadas Portuguesas regressam a Portugal, é de particular importância que os Portugueses conheçam melhor o trabalho das Forças Nacionais Destacadas e a relevância que estas missões assumem para o País.

O Comandante Supremo das Forças Armadas assinala com particular orgulho o regresso das forças destacadas na Bósnia-Herzegovina a território nacional.

Missão cumprida.


Aníbal Cavaco Silva