Discurso do Presidente da República na Cerimónia de Encerramento do III Encontro COTEC Europa
Palácio da Ajuda, 17 de Julho 2007

Quero, em primeiro lugar, expressar a minha grande satisfação por poder presidir, na companhia de Sua Majestade o Rei de Espanha e de Sua Excelência o Presidente de Itália, a esta sessão de encerramento do terceiro Encontro COTEC Europa.

Felicito a direcção da COTEC Portugal pelo sucesso que constitui a realização deste encontro em Lisboa, agradecendo ainda os valiosos contributos das suas congéneres de Espanha e Itália.

Quero saudar especialmente os dirigentes de empresas aqui presentes, com destaque para aqueles que se deslocaram de Espanha e Itália, e desejar que o contacto e a troca de experiências com os seus pares Portugueses contribua para o aprofundamento das relações empresariais.

Este encontro demonstra bem a vitalidade da cooperação tripartida entre as organizações COTEC e inscreve-se plenamente no espírito que preside à Estratégia de Lisboa, cujo desenvolvimento constitui uma das prioridades da Presidência Portuguesa da União Europeia. A proposta de cooperação com a Comissão Europeia, hoje apresentada aos associados, constitui um importante exemplo do que acabo de dizer. Dá um sentido comum às preocupações que são próprias de cada um dos sistemas de inovação nacionais e identifica áreas em que a COTEC Europa pode contribuir para uma execução mais eficaz das políticas da UE.

São conhecidas as vantagens da coordenação à escala europeia no domínio das políticas de inovação, mas são também conhecidos os riscos de uma política que não leve em devida conta as especificidades de cada país.

Hoje em dia, a globalização gera uma pressão crescente sobre a eficiência operacional das empresas, bem como níveis sem precedentes de concorrência.

A participação das empresas em iniciativas da COTEC deve servir-lhes de ajuda para enfrentar os desafios que uma economia global cada vez mais integrada e competitiva coloca ao seu crescimento e ao desenvolvimento das suas estratégias de actuação.

As empresas não podem ficar à espera da próxima crise do seu sector para então procurarem soluções que, num momento de inspiração, lhes resolvam os problemas de competitividade.

Para as empresas, uma forma de fazer frente aos desafios e atingir novos patamares de crescimento é apostar na transformação de ideias, por vezes ainda embrionárias, em valor económico. Isto requer, antes de mais, um esforço sistemático e integrado de identificação e de aplicação de conhecimento.

Pela sua particular agilidade, as PMEs podem constituir, em qualquer dos nossos países, uma fonte de inovação, criatividade e criação de emprego. Destaco, por isso, o forte dinamismo da Rede PME Inovação COTEC. Fazem parte desta rede algumas empresas portuguesas de classe mundial, líderes nos seus mercados. A sua experiência de sucesso em processos de inovação e internacionalização é de grande valia e merece ser partilhada.

Senhoras e Senhores,

Nos nossos dias, é cada vez mais claro que a necessidade de inovar para garantir a sustentabilidade ambiental é parte integrante dos requisitos subjacentes a um crescimento económico duradouro.

É urgente enfrentar, de um modo eficaz, os sintomas que comprometem a qualidade de vida das gerações futuras, designadamente o aquecimento global e a escassez e degradação dos recursos hídricos.

A eco-eficiência e as tecnologias limpas assumem-se como uma necessidade e como uma oportunidade económica, e proporcionam a criação de empresas e de empregos em novos mercados.

Existem já bons exemplos, tanto no sistema científico como nas empresas, de aposta nas tecnologias limpas nos sectores da energia, do abastecimento e tratamento de água, da protecção costeira e dos resíduos. Exemplos que nos demonstram o valor da inovação aplicada à resolução de problemas concretos das nossas sociedades.

Também nas Ciências e Tecnologias do Mar se abrem grandes perspectivas de afirmação positiva e responsável face a um recurso natural essencial. A criação de uma Política Marítima Europeia é, aliás, uma das prioridades da Presidência Portuguesa. No seguimento dos comentários suscitados pelo Livro Verde elaborado pela Comissão Europeia, esperamos que seja possível delinear um Plano de Acção que dê corpo a esta Política.

Senhoras e Senhores

Estamos todos empenhados em reforçar a dimensão tecnológica e a cultura de inovação no nosso tecido produtivo. Este é um desígnio comum a Espanha, Itália e Portugal. O futuro julgar-nos-á pelos resultados concretos que as empresas do nosso espaço económico realizarem nestes domínios. Na investigação científica e tecnológica, a cooperação e a partilha de conhecimento viabilizam e potenciam novas oportunidades de inovação. Temos de unir esforços, mas temos também de procurar estar ligados às melhores redes de conhecimento em cada área científica, tecnológica e industrial.

Emerge deste Encontro o fortalecimento do conceito COTEC Europa enquanto interlocutor comum. Testemunho da capacidade de coordenação e de convergência de esforços das Organizações COTEC dos nossos três países, bem como de uma dinâmica de competitividade que queremos que se traduza em benefícios efectivos para as nossas empresas, as nossas economias e as nossas sociedades.

Para isso foi decisivo o apoio de Sua Majestade o Rei de Espanha e do Senhor Presidente da República Italiana, cuja presença muito nos honra a todos.

Obrigado.