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Rio Maior, 3 de fevereiro de 2016 ler mais: Visita às salinas

INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República no 10º Encontro Nacional de Inovação COTEC 2013
Culturgest, Lisboa, 27 de novembro de 2013

O conhecimento, a tecnologia e a inovação são grandes forças transformadoras e geradoras de progresso nas economias e nas sociedades. Esta é a ideia fundadora da Cotec. Uma ideia poderosa, que tem inspirado uma agenda de mudança na economia portuguesa e nos nossos empresários e gestores.

Celebramos este ano uma década de existência da Cotec-Portugal. Felicito a associação, na pessoa do seu presidente Professor João Bento, pelo seu contributo inestimável para a causa da Inovação e saúdo os seus antecessores, Eng. Carlos Moreira da Silva e Dr. Artur Santos Silva, bem como os diretores gerais e respetivas equipas.

Uma palavra de grande apreço, igualmente, para todas as empresas associadas, que são, em primeira linha, a razão de existência da Cotec.

Nesta década, Portugal avançou a um ritmo superior ao da Europa nos fatores do processo de inovação. O notável progresso registado na cultura e na prática da inovação, sendo um motivo de orgulho, não pode, no entanto, deixar-nos satisfeitos e baixar os braços.

Portugal não pode abrandar nem ficar para trás no campeonato da inovação, que é o campeonato da competitividade e do crescimento económico. Apelo, por isso, ao empenhamento ativo dos poderes públicos, dos empresários, dos gestores, das mulheres e homens de ciência.

Nos próximos anos, teremos que lutar para lá do estatuto de “inovadores moderados” – que não deixa de ser uma divisão secundária da Europa -, se quisermos conciliar os desafios do crescimento económico e da criação de emprego com as exigências do equilíbrio das contas públicas. Teremos que assumir a ambição de ir mais além, de estabelecer metas mais avançadas para o país. Este é um desafio que a todos interpela.

Vivemos um momento charneira, decisivo para o nosso futuro. Daí a ideia de a Cotec celebrar 2013 como Ano Português da Inovação, tendo como propósito mobilizar esforços e estimular a criação de condições para a geração de mais empresas PMEs inovadoras, de empresas mais produtivas e com maior potencial de crescimento.

O contributo das PMEs inovadoras é incontornável para a consolidação de um novo modelo para a economia portuguesa. É nas PMEs mais inovadoras – e, por isso mesmo, mais competitivas – que se encontra o mais forte potencial de crescimento da nossa capacidade exportadora e de criação de emprego.

Mais empresas inovadoras significa maior intensidade de conhecimento nos produtos e processos e uma redobrada aposta na cultura de inovação.

Significa uma relação de maior proximidade entre instituições do sistema científico e o tecido económico, assim como a valorização do conhecimento e da tecnologia produzidos nas universidades.

Significa a capacidade das empresas em aproveitar, mobilizar e organizar os seus recursos humanos de forma eficiente, direcionando a sua atividade e o seu esforço para a produção de bens e serviços de elevado valor acrescentado.

Mais empresas inovadoras significa aprofundar uma cultura de experimentação e de risco, disseminada e valorizada pela sociedade.

Significa capacidade de encontrar novas formas de financiamento do crescimento empresarial, para além do crédito bancário, hoje, infelizmente, escasso e caro.

Significa, finalmente, mesmo num contexto de emergência, como aquele em que Portugal se encontra, exigir aos poderes públicos a mais alta prioridade nos esforços para desburocratizar a vida das empresas e reduzir, tanto quanto possível, os seus custos de contexto.

Estes serão os elementos necessários para acelerar o passo da tão imprescindível renovação do nosso tecido produtivo, dotando-o de mais empresas inovadoras, tecnologicamente mais avançadas e mais produtivas.

Quero sublinhar, por isso mesmo, a importância do trabalho desenvolvido pela COTEC no apoio às PMEs inovadoras, desde a sua criação ao crescimento e expansão internacional.

Desde logo, destaco a iniciativa Rede Cotec PME Inovação, um exercício continuado de coordenação e cooperação que deve ser um exemplo a seguir em todos os setores de atividade. A inovação não resulta do trabalho isolado de uma empresa, mas da colaboração de muitas, organizada em rede.

Tenho visitado algumas das empresas que constituem a Rede PME Inovação, uma amostra do que de mais inovador e competitivo existe no nosso tecido económico. Daí a minha convicção de que está aí um bom exemplo do que poderá vir a ser, num futuro próximo, a base do novo tecido produtivo português e de uma nova geração de empresários.

O sucesso desta Rede, que tenho acompanhado desde o seu arranque, é fruto de uma abordagem coerente e estruturada do processo de inovação e de um persistente trabalho de acompanhamento por parte da Cotec.

Registo com muita satisfação que a Cotec tenha correspondido ao meu desafio inicial e tenha conseguido, ano após ano, exceder as expectativas de alargamento da Rede, como novamente aconteceu este ano.

Saúdo as empresas recém-chegadas, selecionadas a partir da aplicação de critérios rigorosos, e que aceitaram o desafio e a responsabilidade de fazerem parte de um grupo de prestígio.

Os prémios que hoje entregamos, sinalizam bem como o nosso tecido científico e tecnológico despertou para a necessidade de um papel mais atuante na valorização do conhecimento científico de excelência produzido em Portugal e no fomento de projetos tecnológicos inovadores, com possibilidade de sucesso no mercado global.

Do mesmo modo, os casos exemplares de colaboração universidade-empresa mostram que existem já sinais de ligações covalentes entre o sistema científico e as empresas, sendo certo que muito ainda estará por fazer.

Investir na criação de conhecimento científico e desenvolvimento tecnológico mantém-se, muito claramente, uma prioridade. É que, sem isso, não será possível a melhoria sustentada da produtividade e o crescimento económico a médio prazo.

Entregamos, hoje, quatro prémios, que simbolizam e destacam o mérito de quem estimula uma cultura e assina uma prática de inovação de excelência – nas universidades e nas empresas. A todos os premiados, os meus parabéns pelo exemplo que representam e pela esperança que trazem ao nosso futuro.

Todos - empresas, universidades, poderes públicos e sociedade civil em geral - teremos que continuar a colocar o conhecimento e a inovação no topo das prioridades individuais e coletivas. É esta uma via incontornável para o crescimento da economia, para a própria sustentabilidade das finanças públicas e para a melhoria dos nossos níveis de coesão social e de bem-estar.

Enquanto presidente honorário, deixo à Cotec, neste seu décimo aniversário, uma palavra de sincero agradecimento. O balanço é muito positivo, mas acarreta igualmente renovadas expectativas e novas responsabilidades para o futuro.

A realização deste Encontro e a participação dos empresários e gestores, é um sinal de que, apesar de todas as dificuldades, a força da inovação empresarial está bem viva. O sucesso está ao nosso alcance. Dependerá, em grande medida, de nós e das nossas empresas, dos seus líderes e trabalhadores. Estou certo de que estaremos à altura deste desafio e desta responsabilidade.

Obrigado.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.