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INTERVENÇÕES

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Discurso do Presidente da República na Cerimónia de Inauguração da nova Fábrica da Leica
Famalicão, 21 de março de 2013

É com muito gosto que me associo à inauguração da nova unidade da Leica em Portugal, um marco muito importante na já longa presença desta empresa no nosso país e um particular motivo de alegria para o concelho de Vila Nova de Famalicão.

A Leica é uma empresa quase centenária que, de algum modo, tem sido testemunha privilegiada da história do Mundo. Fruto da combinação do espírito inventivo e visionário dos seus fundadores com uma capacidade tecnológica de exceção, as criações da Leica têm como marca distintiva a excelência e a intemporalidade dos seus modelos.

O prestígio da marca foi edificado na ideia de que uma máquina que é construída por artesãos dotados de elevada mestria, precisão e saber técnico tem o poder de transformar o seu utilizador em mais do que um diligente fotógrafo, num artista.

Gerações de fotógrafos profissionais e de amadores de talento escolheram máquinas Leica para registar para a posteridade imagens de grande valor jornalístico, documental ou antropológico, que hoje constituem parte integral do espólio cultural da humanidade.

Atribui-se a um notável utilizador, Cartier-Bresson, a propósito da sua transição da pintura para a fotografia a afirmação de que: “o aventureiro em mim sentiu-se obrigado a testemunhar, com um instrumento mais rápido que o pincel, as cicatrizes do mundo”.

Um século depois da invenção da primeira câmara compacta portátil, o facto excecional a assinalar é que os modelos contemporâneos da Leica, respondendo embora às novas exigências do mercado, não deixam de preservar a matriz tecnológica original em que assenta a sua lendária reputação.

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Assinalamos, no presente ano, quatro décadas da presença da Leica em Portugal. Sendo uma marca universalmente reconhecida, poucos saberão que grande parte dos seus cobiçados produtos passa pelas mãos e pela qualidade dos colaboradores portugueses da marca.

Na alma de cada máquina produzida em Portugal está a mestria e a precisão de artesãos portugueses que, com dedicação e rigor, diariamente confirmam a reputação, quase mítica, da marca.

A maioria dos trabalhadores desta empresa mantém com esta um vínculo de mais de um quarto de século, muitos deles desde a sua abertura.

Num tempo em que a precariedade laboral se tornou uma prática corrente, saúdo a visão de líderes empresariais que elegem a longevidade do vínculo com os seus trabalhadores como uma das suas principais vantagens competitivas. Porque é neste vínculo, em larga medida, que reside o segredo da acumulação do capital de conhecimento e de especialização, ingredientes essenciais na excelência tecnológica e no valor acrescentado incorporados em cada produto.

Esta é uma ideia a que os nossos empresários deveriam dar uma atenção especial. A precariedade e, por esta via, a manutenção de salários baixos, não é a solução para os problemas da economia portuguesa, sobretudo quando serve para colmatar insuficiências de liderança, lacunas organizativas ou falta de inovação.

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Mesmo com perspetivas tão difíceis como as que se nos colocam, quer no plano interno, quer no externo, estou confiante no potencial da economia portuguesa. Estou convencido de que o nosso país tem condições para ser bem sucedido e de que sairemos desta crise mais fortes e capazes para competir num mundo global.

O importante investimento realizado nesta unidade, situada numa região duramente atingida pelo desemprego, constitui um sinal de confiança no futuro da economia portuguesa e um indicador de que o País oferece boas oportunidades de investimento.

Preservando cuidadosamente a herança de sucesso do passado, esta nova fábrica da Leica em Famalicão irá aumentar a capacidade de produção, garantir maior nível de qualidade e trazer um novo impulso à criação de emprego.

A atração de novo investimento de qualidade – ou o reforço do existente –, em particular de investimento direto estrangeiro, é um fator crucial para a resolução dos nossos problemas conjunturais e estruturais.

Quero, por tudo isto, deixar uma palavra de reconhecimento a todos os poderes públicos e entidades privadas que acreditaram na possibilidade de a Leica se manter em Portugal e lutaram para que tal fosse uma realidade.

Saúdo igualmente a visão do grupo de investidores, para quem o capital acumulado em quatro décadas de experiência, conhecimento e especialização se evidenciou como um ativo estratégico, dificilmente replicável noutro lugar.

E é precisamente deste clima de estabilidade e de confiança que a economia e a sociedade Portuguesa necessitam. Um ambiente favorável ao investimento – e, por essa via, ao emprego – é, mais do que nunca, condição imprescindível ao nosso desenvolvimento.

Considero, por isso, prioritário que Portugal continue a apostar no seu posicionamento internacional de atração de investimento externo. A presença da Leica em Portugal é um exemplo que deve figurar na montra de excelência das capacidades do país e dos seus trabalhadores.

Senhores Administradores da Leica,
Minhas Senhoras e meus Senhores,

A presença da Leica em Portugal é motivo de orgulho para todos nós. A inauguração desta nova unidade é um motivo de confiança no potencial de desenvolvimento desta região.

Felicito a administração, os diretores e todos os colaboradores, em cujas mãos reside a responsabilidade da reputação de excelência inimitável da Leica, pela concretização deste novo investimento. A todos desejo o maior sucesso.

Obrigado.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.