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INTERVENÇÕES

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Intervenção do Presidente da República por ocasião do Encontro de Jovens Enólogos
Herdade da Malhadinha Nova, 1 de Maio de 2010

Senhor Ministro da Agricultura,
Jovens Enólogos,
Senhoras e Senhores,

Em primeiro lugar, gostaria de vos saudar a todos e de agradecer a vossa presença neste Encontro.

Sei que muitos vieram de longe e que alguns terão abdicado, num dia feriado, de estar com as suas famílias, para estar aqui.

Em segundo lugar, queria dirigir à família Soares o meu sincero agradecimento pelo excelente acolhimento que nos proporcionou nesta magnífica unidade da Herdade da Malhadinha Nova.

Aqui produzem-se bons vinhos, associando-os a um turismo rural de grande qualidade, no âmbito de um conceito inovador, cujo mérito é unanimemente reconhecido.

Como todos sabemos, o vinho é o mais importante produto do nosso sector primário.

Gera, anualmente, um valor de quase 900 milhões de euros, o que representa cerca de 17 por cento do valor global da produção do ramo agrícola.

A vinha ocupa 240 mil hectares de superfície cultivada e cerca de 30 mil produtores distribuídos um pouco por todo o país.

Além disso, é perfeitamente perceptível para todos os portugueses que se trata de um sector em que, nas últimas duas décadas, se gerou uma dinâmica muito positiva e se operou um enorme salto qualitativo.

Não produzimos mais vinho do que antigamente.

O que produzimos é muito melhor vinho. E isso é bom. É bom para a nossa economia; é bom para as nossas zonas rurais; é bom para os consumidores portugueses, que não trocam os nossos vinhos por quaisquer outros.

Mas também é bom para o turismo e, sobretudo, para as nossas exportações e para o próprio prestígio de Portugal.

Sublinho que exportamos, anualmente, cerca de 600 milhões de euros em vinho.

De facto, nas duas últimas décadas:

  • Foram reconvertidos muitos milhares de hectares de vinhas;
  • Centenas de adegas foram construídas e modernizadas;
  • Organizaram-se cursos específicos em várias Universidades e Institutos Politécnicos;
  • Multiplicou-se o número de exposições, concursos, mostras e provas, que mobilizaram não só os agentes económicos mas também uma parte importante da população portuguesa

A vitivinicultura tornou-se, de facto, um dos mais dinâmicos sectores da nossa economia.

Esta evolução, muito positiva, não aconteceu por acaso.

É o produto de um esforço prolongado e colectivo.

Um esforço esclarecido, envolvendo viticultores, transformadores, comerciantes, técnicos vitícolas e enólogos, além de associações e instituições de natureza muito diversa.

Instituições onde se ensina e investiga, ou onde se controla a qualidade e organiza a produção. Instituições que promovem as exportações e o consumo ou que congregam e associam os diferentes agentes da fileira.

O sucesso do sector tem também beneficiado de uma atenção cada vez mais esclarecida da comunicação social, designadamente da comunicação social especializada, que divulga e promove a qualidade e o consumo dos nossos vinhos.

Não só temos conseguido assegurar o abastecimento do nosso mercado interno e suster a pressão das importações - o que por si só já seria importante - mas também temos conseguido manter e desenvolver as nossas exportações para mercados exigentes, e num contexto altamente concorrencial.

A ideia de me reunir convosco surgiu no quadro de um Roteiro para a Juventude, que tive oportunidade de realizar recentemente no Baixo Alentejo.

Não pude realizar este Encontro na altura, por razões que tiveram a ver com preocupações de saúde de um dos responsáveis da Malhadinha Nova, que, felizmente estão completamente ultrapassadas. Depois disso, não poderíamos escolher outro sítio para concretizar esta iniciativa.

A minha intenção era, e é, dar público testemunho do reconhecimento e do apreço do País, pelo excelente trabalho que tem sido feito pelo conjunto de empresas, técnicos e instituições, em prol da vitivinicultura e da economia nacional.

Torno agora público esse reconhecimento através deste encontro com a jovem e brilhante geração de enólogos portugueses.

São profissionais excelentes, com elevado nível de formação, que exercem a sua actividade com grande entusiasmo e dedicação.

São jovens profissionais responsáveis por um ambiente de saudável concorrência, que se dispõem a trabalhar em todos os cantos de Portugal, no Norte e no Sul, no litoral e no interior, onde produzem, ou ajudam a produzir bons vinhos. Alguns dos melhores vinhos do mundo.

O reconhecimento internacional dos nossos vinhos não pára de crescer.

As centenas de medalhas atribuídas nos mais importantes concursos internacionais e as elevadas pontuações - que chegam a atingir a excelência - obtidas pelos vinhos portugueses, em provas de prestigiadas organizações e revistas da especialidade são disso a prova indesmentível.

Acredito, aliás, que o recente projecto da marca Vinhos de Portugal será mais um contributo positivo para o reforço da imagem portuguesa enquanto país produtor.

Num mundo vitivinícola cada vez mais uniforme, um dos nossos desafios é também fazer vinhos diferentes e fazê-los conhecer junto dos consumidores. Creio que se está, justamente, a apostar nisso, valorizando algumas das nossas excelentes e muito apreciadas castas nacionais.

Muito deste trabalho e desta dinâmica, não teria acontecido sem o apoio das Comissões de Vitivinicultura Regionais, do Instituto do Vinho do Douro e Porto e do Instituto da Vinha e do Vinho, bem como da VINIPORTUGAL, cujos dirigentes estão também hoje aqui presentes e que eu gostaria de saudar.

Por outro lado, nada disto poderia ter sido feito sem o contributo do conhecimento e da ciência, que acompanhou, diria mesmo, que precedeu, a notável evolução da vitivinicultura nacional.

A presença aqui de professores do Instituto Superior de Agronomia e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, reconhecidos como tendo tido uma grande importância na formação de centenas de jovens, muitos dos quais aqui presentes, e que são hoje enólogos ou técnicos de viticultura, tem um significado muito particular.

O Professor Nuno Magalhães e a Professora Olga Laureano são unanimemente reconhecidos como duas importantes e distintas personalidades da vitivinicultura nacional.

Ambos contribuíram, e ainda contribuem, com o seu trabalho na área de formação e do ensino e na área de investigação, para a modernização e para a melhoria da qualidade da vinha e do vinho em Portugal.

Além disso, não se isolaram, acompanharam alunos, colaboraram e colaboram em inúmeros projectos inovadores, de investimento e de investigação, colaboraram com outras universidades e com outros países e souberam estabelecer ligações muito importantes com inúmeras empresas vitivinícolas, com as quais têm colaborado, revelando sempre um elevado conhecimento, sentido profissional e dedicação ao sector.

É por isso, com grande prazer que, enquanto Presidente da República, pretendendo distinguir o conjunto do sector vitivinícola, decidi condecorar o Professor Nuno Magalhães e a Professora Olga Laureano com o Grau de Comendador da Ordem do Mérito Agrícola, Comercial e Industrial, Classe do Mérito Agrícola.

© Presidência da República Portuguesa - ARQUIVO - Aníbal Cavaco Silva - 2006-2016

Acedeu ao arquivo da Página Oficial da Presidência da República entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016.

Os conteúdos aqui disponíveis foram colocados na página durante aquele período de 10 anos, correspondente aos dois mandatos do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.