Intervenção do Presidente da República na cerimónia de Atribuição dos Prémios Literários do PEN Clube Português
Sociedade Portuguesa de Autores, 13 de Dezembro de 2006

As minhas primeiras palavras são para saudar os autores a quem foram, este ano, atribuídos os prémios do PEN Clube Português, e felicitá-los pelo reconhecimento com que esta prestigiada instituição os quis distinguir.

Gostaria, antes de mais, de saudar António Ramos Rosa, poeta, ensaísta e tradutor, cuja obra já foi, este ano, galardoada com diversos prémios, para além deste que o PEN lhe atribuiu.

A originalidade da sua poesia e a criatividade da sua escrita tornaram-no, há muito, um dos nomes consagrados na literatura portuguesa contemporânea.

Congratulo-me, por isso, com a admiração e o interesse que sucessivas gerações, em Portugal e no estrangeiro, vêm manifestando pelo trabalho de Ramos Rosa.

Quero igualmente saudar Fiama Hasse Pais Brandão e Helder Macedo, vencedores do Prémio Ficção e também eles figuras maiores das nossas letras.

Lamento que a escritora Fiama Pais Brandão, por razões de saúde que são conhecidas, não possa, infelizmente, estar connosco, e desejo as suas melhoras.

Quero ainda saudar o professor Pedro Eiras, vencedor do Prémio de Ensaio; Ana Cristina Oliveira, vencedora do Prémio Primeira Obra; e José Bento e Miguel Serras Pereira, ambos premiados pelas suas excelentes traduções para português da obra de Cervantes, Dom Quixote de la Mancha.

Para todos eles, aqui deixo o meu testemunho de admiração e os votos sinceros para que continuem, no futuro, a ter muito êxito e a presentear os seus leitores com os frutos da sua criatividade e do seu trabalho.

O trabalho, a imaginação e a sensibilidade dos escritores são a principal garantia da sobrevivência de uma língua e da sua afirmação no contexto internacional.

Conforme já lembrava Ramalho Ortigão, «foi pela constituição do idioma pátrio, pela diferenciação dele entre os dialectos peninsulares, e pelo progressivo engrandecimento com que os nossos literatose os nossos poetas conseguiram tornar a língua portuguesa uma das mais plásticas, das mais sonoras e das mais belas do mundo, que nós nos separámos da nossa honrada e gloriosa mãe, a Espanha».

A obra de cada escritor, com o seu estilo singular e a sua liberdade individual, engrandece o património comum.

Daí a importância do trabalho realizado por instituições como o PEN Clube, na promoção do intercâmbio entre literaturas de diferentes países e na defesa intransigente da liberdade de expressão.

O PEN Clube português leva já décadas de existência e tem dado um contributo apreciável, tanto para a difusão da literatura portuguesa, como para a sua integração, de pleno direito, nesse diálogo entre as nações que se realiza através da diversidade das culturas.

Quero, pois, aproveitar esta cerimónia para prestar também homenagem ao PEN português, na pessoa do seu actual presidente, o escritor Casimiro de Brito.

O País está certamente grato aos poetas, romancistas e ensaístas que integram esta instituição, por tudo quanto têm feito pelo reconhecido prestígio da cultura portuguesa.

A todos, uma vez mais, os meus parabéns e os votos de um Bom Natal!